…
estas
coisas que conto, acontecem todos os dias, com as mais diversas
pessoa neste Mundo.
_
Na vida as coisas mais certas de acontecerem SÃO precisamente,
nascer e morrer, tuDo resto é uma caixinha de surpresas, sobretudo
para os actores únicos nos acontecimentos.
Nasci
a meio do ano de 1950 quando ainda era quase impossível escapar a
qualquer um tipo miséria. Felizmente nasci saudável, já não foi
mau de podo, para mim e para os meus poais, se tivermos em conta que
um diarreia, um ferúculo, uma gripe, uma afonia, uma estucada de pé
descalço, a ponto de arrancar uma unha, um tétano provocado por
picadas em metais ferrosos enfim, pense-se num azar qualquer, que
hoje não acontece, nos anos de 50 do século 20, acontecia não
raramente. Eu com sorte, cheguei aos dias de hoje, tendo passado por
inúmeras aventuras, logo desde que comecei a sair spzinho para a
rua.
A
rua era e ainda é a atracção fatal para as crianças, de tal
maneira, que bastava sair a porta e o acidente já nos esperava. Sair
a minha porta era uma grande aventura, que uma vez me custou um
valente puxão de orelhas de um taxista, que pensou me ir matar no
segundo em que me viu, sem tempo para travar, parou mais aiante,
voltou a pé e quase levantei os pés do chão. Uma lição
inssquecível para o meu futuro. Mexer em álcool e fósforos
(amorfos) naquele tempo, os mesmos que joje se apagam antes de
atearem. Uma experiência que me custou uma vasta cabeleira loira
como ouro, ao atear fogo a um frasco de álcool, que com o susto,
ateei fogo quando agitei on frasco. Adorava brinncar aos cowboys, era
tempo dos filmes para garotos, na recém criada TV, brincando com os
amigos em cima de um monte de areia, mandei-me para cima de um deles
mas errei o alvo e acertei num pedregulho escondido por baixo da
dita, toca a ser levado para 0 hospital e ser premiado com uma
injeção contra o tétano, aplicada na barriga. Entre estes
episódios aconteciam sempre pequenas, mas desditisas coisas, topadas
nas pedras, de pé descolço, era uma constante nas vidas da
garotada. Com morada perto do mar, mal sería não ir até lá,
sempre que houvesse oportunidade, acontece uma vez, que indo
preparado para apanhar uns polvos, me dirigi às rochas com um
peixeiro pontiagudo, reparei numa lapa enorme escancarada para mim,
na parece de uma rocha vertical, como por baixo havia bastante água,
coloquei a mão esquerda por baixo da lapa e com o peixeiro na mão
direita queria sacar a lapa, falhei a lapa e zés, tinha o ferro
cravado na mão, entre os dedos minsinho e anelar, hospital com ele e
outra dose de vacina anti tétano. Para não estragar as botas de ir
à escola, decidi que usaria sapatos usados dos mau velhos, para
jogar à bola, tanto joguei, que os pregos dos tacões sairam por
dentro dos sapatos e com a preguiça de parar e tirar ou virar os
pregos, andei assim até sangrar, então sim, agarrei num martelo do
meu velho e lá dei cabo dos malvados pregos. Sujar as roupas era a
coisa mais fácil daquele Mundo, era com rterra que se brincava mais
e com latas de conservas, a fazer de carrinhos, que os nossos pais
não tinham dinheiro para comprar, terra e latas não andam bem
juntos, as latas cortavam e a terra era e é, coisa suja, que provoca
furúnculos e tétano, no caso de haverem cortes estava a infexçãom
instalada. No caso dos furúnculos, além do mal estar que provocam,
instalam-se no ragiosque, onde os delicados professores de
antigamente acertavam com eficaz e dolorosa pontaria, se não
tivessemos este azar estávamos sujeitos a esquecer que os tínhamos
e sentávamos-nos em cima deles, o efeito era exatamente o mesmo,
dores de morrer e o rebentamento do furúculo (borbulha enorme cheva
ao tamanho de uma moeda de 20 cêntimos actual), com a sujeira
inerente. Em certa altura carregava suas latas de 20 L de água cada,
aos ombros, com a ajua de um xinguiço e uma bilha de barro, tudo
cheio de água da fonte, descia a rua da fonte para casa, quando fui
mordido por uma cão, larguei tudo no chão e a água correu pela rua
enquamto eu agarrava a minha perna sangrenta da mordida do cão, eu
tinha 10 anos. Muitas casas não tinham água, luz ou uma simples
retrete. Só tive luz em casa aos 7 anos, quando apareceu a RTP, mas
nunca tive televisão em casa, quando era miúdo.
As
brincadeiras naquele tempo eram inventadas na hora de brincar ou
repetiam-se ano após ano, semprte na mesma época, tudo dependia do
tempo que fizesse. Apanhar passarinhos, caracóis, mexilhão, figos,
nêsperas, brincar à apanhada, às escondidas, ao pião, ao berlinde
e tantas outras brincadeiras, bem simples, mas que nos ensinavam a
ver o longe, a sentir po valor das amizades e ter verdadei5ra amizade
por alguém, era muito importante e hoje tudo foi esquecido ou é
pouco importante. E cá estou eu, com recordações de estar dias
inteiros a contar ou fechar os olhos e reviver o saudoso passado, com
anos de idade.